Ultimamente tenho pensado muito no termo borboleta…
Designa um insecto provido de quatro grandes asas, de cores geralmente vivas, que sofre uma metamorfose; designa também um estilo de natação igualmente conhecido por mariposa, uma espécie de peixe, e outras coisas mais…
O que há de fascinante nas borboletas é a metamorfose por que passam. O seu ciclo de vida engloba a fase do ovo, larva, crisálida e imago, a borboleta adulta propriamente dita. Se eu fosse uma borboleta, não sei em que fase da minha vida estaria. O mais provável seria situar-me entre duas fases, pois já não me reconheço no que era, e também não sei o que sou. Sou assim, pronto, um ser suspenso na vida que me carrega…Sei que sou mulher, mãe, filha, irmã, e mais alguém, alguém cujos traços reconheço vagamente como se de um velho amigo se tratasse; perdi-me algures no caminho, entretida que estava em ser todas essas outras versões de mim.
Sonho em ser resgatada, mas sei que é apenas um sonho, pois aqui estou eu, sozinha, à procura de mim. Estou cansada, queria deitar-me num colo, e assim ficar até alguém sussurrar ao meu ouvido: encontrei-te…e que bom foi reencontrar-te...
Queria poder descansar, deixar que outra pessoa me carregasse nos seus braços e mimasse verdadeiramente o ser que eu sou…queria…
E foi nessa busca de mim que fiz novos amigos e reencontrei amigos. Amigos que me ampararam gentilmente nessa viagem e trouxeram de novo as borboletas para a minha vida.
Não sei onde me leva o meu caminho, mas sei que ninguém está verdadeiramente só quando tem amigos. E no entanto, é assim que me sinto…sozinha…