quinta-feira, 30 de abril de 2009

À Lagardère...

A minha amiga Sandra colocou-me hoje uma dúvida de francês que me obrigou a fazer alguma pesquisa.
Como se escreve correctamente a expressão “à la gardere” em francês?
Na verdade, eu nem me tinha apercebido que esta expressão que ouço de vez em quando e que sempre vi escrita assim é de origem francesa, pois o termo “gardere” não existe em francês, lol.

A expressão correcta é “à Lagardère”, ou seja, “à maneira de Lagardère”.

Lagardère era o herói da obra de Paul Féval intitulada Le Bossu (O Corcunda) e publicada em França em 1858. Era um cavaleiro destemido que dedicou parte da sua vida a vingar a morte do seu amigo, o Duque de Nevers, assassinado pelo Conde de Gonzague.

A expressão é utilizada quando alguém faz algo com atrevimento, ousadia ou coragem, mas sem medir bem as consequências para si próprio.

Merci mon amie … Estou sempre a aprender contigo ;-)

terça-feira, 28 de abril de 2009

Um vulcão...


Sou um vulcão, sei que sou.
Não me foi dito propriamente como um elogio, mas tenho a dizer em minha defesa que apenas escassos eleitos são tocados pela minha lava e tento sempre que não saiam demasiado chamuscados... até porque me são muito valiosos ;-)

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Futuros amantes

O meu primeiro texto...inspirado na canção de Chico Buarque.



Ela chegou à cidade ainda de madrugada. Quando abriu a porta do carro, invadiu-a o cheiro, ainda que distante, dos pinheiros das aldeias vizinhas – ou seria o cheiro das lembranças que deixara da adolescência, um cheiro a brincadeira, gargalhadas soltas e amores inocentes e verdes como as agulhas dos pinheiros que assolavam agora os seus sentidos.
Ao mesmo tempo que abriu a porta do carro, fixou o olhar naquele monte, e lá ao fundo, no castelo. Recordou então as últimas palavras que ele lhe dissera, dez anos antes, junto à janela dos namorados “O amor não tem pressa”.
Ela partira no dia seguinte, rumo ao seu futuro e deixando para trás outro futuro que haveria de viver vezes sem conta nas suas fantasias e nos lençóis transpirados em que acordava muitas vezes sobressaltada, gemendo o seu nome. Perturbada e ainda a tremer de paixão, estendia então a mão para o lado e confirmava a sua ausência, uma ausência que a fazia juntar as pernas e enrolar-se sobre si mesma, contrariando o movimento de entrega que o seu corpo fizera apenas uns minutos antes.
E no entanto, continuava a senti-lo, ali deitado ao seu lado, nu, a passear a mão pelo seu corpo lânguido e extasiado de prazer, enquanto lhe murmurava palavras sem nexo. Recordava o seu olhar, os raios dourados que iluminavam as suas pupilas, e as pálpebras semicerradas que a puxavam para outro mundo onde descansava, embalada pelo tom carinhoso da sua voz, até os dedos experientes dele a exigirem de novo junto de si.
Recordava o dia em que lhe declarara o seu amor. Não dissera uma só palavra, não precisou. Ela adivinhou-o no ritmo acelerado do seu coração e no tremor que se apossou do seu corpo quando a envolveu nos seus braços e a beijou. Sentiu-o menino no corpo que a queria agora como homem.
Assim selariam a paixão que os unia, apenas com sentidos e um silêncio confesso. As palavras viriam mais tarde, nas canções que ela gostava de lhe cantar ao ouvido, nas histórias que segredavam um ao outro e nas banalidades que não se cansavam de partilhar; tardes infindáveis em que estavam alheios a tudo, menos à sede que tinham um do outro.

Ela olhou à sua volta e acolheu a cidade, uma cidade diferente das outras cidades por onde passara, uma cidade pequena demais para o título que ostentava orgulhosamente e onde as pessoas ainda se tratavam pelo nome.
Sentiu-se uma estranha em casa. Era agora uma mulher madura, com uma carreira de sucesso e um duplex a dois passos do escritório, mas soube nesse instante que uma parte de si nunca partira, ficara ali suspensa naquela janela e em todas as ruas onde passeara com ele.
Trazia na bagageira e no banco de trás do carro, essa sua outra vida, cuidadosamente arrumada e etiquetada em malas e caixotes fechados com fita adesiva, a mesma fita que atirara para o fundo da bagageira e com a qual iria agora juntar todos esses pedacinhos de si.

Recebera na semana anterior uma carta com o carimbo da cidade e uma só palavra:
Vem

terça-feira, 21 de abril de 2009

Anúncio anti-tabaco...espectacular



Sou uma anti-tabagista assumida, mas agora, passarei a ser mais compreensiva com os fumadores...taditos ;-)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Novidades para breve no meu cantinho


É assim que sinto o meu blogue, um cantinho onde as palavras que escrevo me ABRAÇAM e acolhem tudo o que sinto, penso e imagino.
Sinto este fascínio pelas palavras desde que me conheço...sou tradutora por vocação, algo que explico sempre com uma frase muito simples "adoro brincar com as palavras".
Claro que as traduções técnicas limitam este conceito de brincadeira, mas de vez em quando, muito de vez em quando, recebo um bombom sob a forma de um livro ou de um texto mais livre, e aí, sim, sinto-me como uma criança num parque infantil...

Isto tudo para dizer que vou criar uma nova rubrica no meu blogue que irei chamar "Ficsy" (ficção da Sylvie, hehe), onde deixarei pequenos textos da minha autoria; nada de muito pretensioso, até porque não sou escritora... serão apenas pequenos textos onde revisitarei ou inventarei locais, personagens, sentimentos e vivências. Poderão rever-me em algumas descrições, situações, reconhecer locais, mas estas histórias não serão sobre mim...

Acrescento esta rubrica sabendo que o meu blogue é maioritariamente visitado por amigos e amigos de amigos, não me atreveria a escrever para outras pessoas... Be kind ;-)

sábado, 18 de abril de 2009

Lost, Everytime we touch



Houve uma altura em que estava viciada nesta série.
Aqui ficam algumas das cenas que ainda hoje me causam borboletas.
O poder do beijo e da paixão associado a uma música lindíssima...

'Cause everytime we touch, I get this feeling.
And everytime we kiss I swear I could fly.
Can't you feel my heart beat fast, I want this to last.
Need you by my side.
'Cause everytime we touch, I feel this static.
And everytime we kiss, I reach for the sky.
Can't you hear my heart beat slow...
I can't let you go.
Want you in my life.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

I dreamed a dream


Susan Boyle - Singer - Britains Got Talent 2009
http://www.youtube.com/watch?v=9lp0IWv8QZY

Assistam a este vídeo no Youtube, não é playback...fiquei toda arrepiada e de lagrimita no olho.

Há muito que não me comovia assim com um vídeo. Obrigada preguinhas por me mandares o link.
Foi bom ver que nunca é tarde para concretizar os sonhos e para encontrar ou até mesmo reencontrar a felicidade. Essa dose de optimismo, ainda que alheia, faz sempre bem à alma.

I dreamed a dream é um tema tirado do musical Les Misérables que se baseia na obra de Victor Hugo. Foi um livro que marcou a minha infância...uma história algo pesadota e marcante para a minha idade, na época.

Este vídeo deixou-me com vontade de o reler...

Ao contrário do que o vídeo transmite, a letra da música é pesadota e tristonha, como o livro...

I dreamed a dream

There was a time when men were kind
When their voices were soft
And their words inviting.
There was a time when love was blind
And the world was a song
And the song was exciting.
There was a time ... then it all went wrong

I dreamed a dream in time gone by
When hopes were high and life worth living,
I dreamed that love would never die
I dreamed that God would be forgiving.
The I was young and unafraid,
When dreams were made and used and wasted.
There was no ransom to be payed,
No song unsung, no wine untasted.

But the tigers come at night,
With their voices soft as thunder,
As they tear your hope apart
As they turn your dreams to shame

He slept a summer by my side.
He filled my days with endless wonder,
He took my childhood in his stride,
But he was gone when autumn came.

And still I dreamed he'd come to me
And we would live the years together,
But there are dreams that cannot be
And there are storms we cannot weather.

I had a dream my life would be
So different from this hell I'm living
So different now from what it seemed
Now life has killed the dream I dreamed.

terça-feira, 14 de abril de 2009

domingo, 12 de abril de 2009

Don't worry, be happy




Ouço muitas vezes palavras como:
"Não penses tanto, pensas demasiado nas coisas"
"Não compliques...um problema de cada vez",
"Pensas demais, nem tudo tem explicação"...

E por acaso, alguém me sabe dizer onde se desliga o complicómetro???

sábado, 11 de abril de 2009

Feliz Páscoa!


Uma boa Páscoa para todos. Não abusem dos chocolates que o Verão sucede à Primavera ;-)

domingo, 5 de abril de 2009

Navegador solitário, João Aguiar

Aqui está um livro que recebi de presente de Natal em 2003 e que desisti de ler nos transportes públicos porque só me ria nas primeiras páginas e as pessoas ainda podiam pensar que era louca.
Devo dizer que sou de alguma forma solidária com este desabafo do Solitão...pois, digamos que padeço do mesmo mal...embora ainda hoje adore a minha madrinha e nunca lhe tenha chamado nomes, lol
Papin, peço que contenhas o teu primeiro impulso e não comentes da forma que te apetece comentar...tu ou qualquer uma das pessoas na posse dessa informação!!!

Assim começa o livro...

"Eu hoje faço quinze anos mas era melhor que não os fizesse. Tive um dia lixado e pra começar o meu velho obrigou-me a trabalhar no restaurante a servir os almoços e eu nunca gosto de lá trabalhar mas no dia dos anos é pior que nos outros dias e depois a velha não me deixou sair à noite com o Angelino e a outra malta porque apareceram visitas e no fim de tudo ainda tive de começar a escrever esta merda do diário ou lá como lhe chamam e eu não gosto nada de escrever não me importo de ler porque há a Bola e há os livros de caubóis mas escrever isso é mesmo contra vontade porque é uma chatice e a gente ainda tem de pôr vírgulas mas eu vírgulas não vou nessa não ponho que se lixe.
Mas escrever tenho mesmo de escrever porque esta noite apanhei um cagaço tão grande que me ia borrando todo e eu vou explicar o que foi e a culpa é toda da minha madrinha que é uma vaca e eu nunca gostei dela a começar porque foi ela que escolheu o meu nome.
A minha madrinha chama-se Maria Preciosa do Rosário e na certa acha que toda a gente deve ter nomes foleiros porque o dela também é foleiro e por isso quando fui baptizado ela teimou que eu havia de me chamar Solitão que é um nome que não existe e até parece que houve barraca da grossa no Resisto porque o homem disse que não podia pôr um nome desses não é permitido e a Preciosa começou a discutir e a minha mãe a ajudar e diz que a confusão era tal que iam já chamar a polícia e então felizmente o meu velho conhecia um gajo importante lá no Resisto e só para não ter chatices por causa da velha e da Preciosa foi falar com ele e convenceu-o a deixar e depois se fosse preciso dizia-se que tinha sido um engano e pronto.
E então eu fiquei mesmo Solitão e foi por causa da minha madrinha mas não é só isso há também outra história e que é esta ela escolheu o meu nome por ordem dos espíritos porque a madrinha Preciosa diz que é médio eu não sei bem o que isso seja e médios só conheço no futebol mas parece que há outros médios e a madrinha é desses e tem uns trânsitos como ela lhes chama e nessas alturas os espíritos dos mortos entram nela e falam e um dos espíritos que entram dentro é o do meu avô Aquelino que morreu antes de eu ter nascido.
Os velhos bem podiam ter-me arranjado outra madrinha por exemplo, a Vanessa do cabeleireiro que ainda é nova e é boa comó milho mas a Preciosa é amiga da minha velha desde pequenina e são comadres e todas essas merdas de modo que foi ela a madrinha e eu é que me lixei com isso (...)"

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Regresso ao passado...



"How tired I am of this unbearable distance between us
How I long for the toll of the recess bell
Have you forgotten me?
Grown mindless of me?
Tell me I am not writing into an abyss
Or that is what will become of my heart…"

3 em 1 : lindo, fofo e pedagógico. Adorei...

Este é para ti mein Schatz :-)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Bolero de Ravel para Miss Melissa...PARABÉNS!



Para ti, Sandra, por seres como és... uma constante lufada de ar fresco, um "humanigma" à solta neste mundo...

Parabéns amiga!!!

Logo, vou contrariar os teus instintos primários e vou abraçar-te e dar-te duas beijocas retumbantes, dizendo-te que te adoro!
Se ficares agoniada, bebe um cházinho que isso passa ;-)




Perdoa os insectos no vídeo (*assobio*). A versão "fantasy" que te queria dedicar não pode ser descarregada aqui. Deixo-te o link...

http://www.youtube.com/watch?v=HOkuea1wExA