Chego de mansinho, pisando o soalho com passos delicados, nas minhas pantufas de lã. Habituo os meus olhos à penumbra do quarto e percebo que estás a dormir. O teu rosto transmite serenidade e eu apaixono-me de novo, como se fosse a primeira vez, por todos esses traços que estão agora em repouso e que ganham vida quando os usas para me falar, sorrir e beijar. Não sabes, mas és agora a presa do meu olhar. Faço-te meu em tudo o que te dou no silêncio do quarto, e tu não vês.
Encosto o ouvido, com cuidado para não te acordar, e moldo a minha respiração à tua, num gentil inspirar que torno ainda mais carinhoso ao expirar. Mexes-te no teu sono, talvez me sintas nos teus sonhos, e eu não resisto, passo os dedos no teu cabelo, numa carícia quase imperceptível que quero doce e suave como o amor que às vezes sinto por ti. Sou tua e tu não vês.
Serenas novamente e eu intensifico o meu olhar. O lençol adoptou a tua forma, deixando adivinhar o corpo que tantas vezes explorei e amei. São milímetros e milímetros de pele com sinais e cicatrizes de uma vida na qual fundi a minha própria vida. Queria levantar agora o lençol para beijar esse corpo que adivinho nu por baixo do tecido. Levanto a mão para te tocar, mas retraio-me, e em vez disso, aperto os dedos com força no colchão, segurando uma carícia que quero forte e apaixonada como o amor que às vezes sinto por ti. Sou tua e tu não vês.
Contorno a cama e deito-me com cuidado ao teu lado, contrariando a vontade que tenho de te acordar.
Deves sentir a minha presença, pois chegas-te para junto de mim no mesmo movimento sincrónico que me leva até ti. Moldas-te para eu aninhar o meu corpo no teu corpo e eu fecho os olhos, saboreando o refúgio desse casulo que fizeste para mim. Adormeço com um sorriso, sabendo que o meu dia terminará em ti e o amanhã começará também em ti. E eu, continuarei a ser tua, ora doce e suave como uma brisa, ora forte e apaixonada como uma chama.
É este o amor que tenho guardado para ti.
Encosto o ouvido, com cuidado para não te acordar, e moldo a minha respiração à tua, num gentil inspirar que torno ainda mais carinhoso ao expirar. Mexes-te no teu sono, talvez me sintas nos teus sonhos, e eu não resisto, passo os dedos no teu cabelo, numa carícia quase imperceptível que quero doce e suave como o amor que às vezes sinto por ti. Sou tua e tu não vês.
Serenas novamente e eu intensifico o meu olhar. O lençol adoptou a tua forma, deixando adivinhar o corpo que tantas vezes explorei e amei. São milímetros e milímetros de pele com sinais e cicatrizes de uma vida na qual fundi a minha própria vida. Queria levantar agora o lençol para beijar esse corpo que adivinho nu por baixo do tecido. Levanto a mão para te tocar, mas retraio-me, e em vez disso, aperto os dedos com força no colchão, segurando uma carícia que quero forte e apaixonada como o amor que às vezes sinto por ti. Sou tua e tu não vês.
Contorno a cama e deito-me com cuidado ao teu lado, contrariando a vontade que tenho de te acordar.
Deves sentir a minha presença, pois chegas-te para junto de mim no mesmo movimento sincrónico que me leva até ti. Moldas-te para eu aninhar o meu corpo no teu corpo e eu fecho os olhos, saboreando o refúgio desse casulo que fizeste para mim. Adormeço com um sorriso, sabendo que o meu dia terminará em ti e o amanhã começará também em ti. E eu, continuarei a ser tua, ora doce e suave como uma brisa, ora forte e apaixonada como uma chama.
É este o amor que tenho guardado para ti.
9 comentários:
:-) Em... "conchinha"! Nada mais doce, nada mais carinhoso, nada mais apaixonado :-)
Uma espiral de SorriSoS para ti. Os teus textos continuam em Maré Alta: parabéns :-)
E que belo amor
Parabéns! CHUACK! ;-)
Para mim, não é "no silêncio do quarto", mas sim "no silêncio do SENTIR", como eu costumo dizer :-))
Quando vem o próximo FICSY?
Um abraço apertado no silêncio do sentir! :-)
Sandra H.
I-N-O-L-V-I-D-Á-V-E-L
mas não é este... eheheheee!
beijos e beijos e beijos
do teu diabinho "preferido"
...em concha...sem concha...em garfo...sem faca...colher de sobremesa...
S.
Gostei.
Sónia
Bonito texto. Muito suave mesmo com pantufas de lã.
Se noutros textos mostraste "forte e apaixonada como uma chama", neste foi mais "doce e suave como uma brisa".
Eu que sou mais do tipo doce e forte como uma chama gosto das duas vertentes, e ainda de outras... inolvidáveis
Pedro Farinha
Que inspiração.....muito bonito.
Venha outro...
Jinhos Lita
Chegou de mansinho mas acabou por bater forte, fortemente...
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